14 de fev. de 2018

Cerca US$ 800 milhões em opiáceos ilegais da China entram nos EUA por brecha no serviço postal

Parafernália de drogas foi encontrada em posse de um homem sofrendo de uma overdose no bairro de Drexel em Dayton, Ohio, EUA, em 3 de agosto de 2017



Epoch Times, 12 de fevereiro de 2018. 





Carregamentos ilegais da droga fentanila, um poderoso e viciante opiáceo, estão entrando nos Estados Unidos a partir da China por meio do serviço dos correios, estimados num valor de rua em cerca de US$ 766 milhões, de acordo com um relatório do Congresso divulgado em 24 de janeiro.

O relatório foi emitido após uma pesquisa investigativa de um ano do Subcomitê de Segurança Nacional e Assuntos Governamentais do Senado dos EUA, que descobriu que os compradores de drogas poderiam facilmente acessar e comprar fentanila, muitas vezes em grandes quantidades, por meio da internet.


A investigação foi supervisionada pelo presidente do subcomitê e senador republicano Rob Portman de Ohio e pelo senador Tom Carper de Delaware, o democrata sênior no painel.

A mortalidade nos EUA relacionada aos opiáceos, incluindo a fentanila, tem aumentado drasticamente nos últimos anos. O número atingiu mais de 42 mil em 2016, de acordo com dados do governo.

A China é a principal fonte de fentanila que entra nos Estados Unidos. O subcomitê do Senado descobriu que as drogas são frequentemente enviadas por “laboratórios” na China para indivíduos que as consumem ou para intermediários que as diluem para revenda. Os investigadores não divulgaram os nomes dos laboratórios.


De acordo com o relatório, o Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS, na sigla em inglês) não implementou amplamente um sistema para capturar dados eletrônicos avançados sobre pacotes destinados aos portos americanos, o que ajudaria a identificar correspondências suspeitas que seriam repassadas aos agentes da Alfândega e Proteção de Fronteira dos EUA.

O USPS disse num comunicado que estava “trabalhando de forma agressiva com a aplicação da lei e os principais parceiros comerciais para impedir o ingresso de drogas ilegais nos Estados Unidos”.

O USPS está “priorizando a obtenção de dados eletrônicos avançados das fontes de origem estrangeiras dos maiores volumes, que coletivamente representam mais de 90% dos volumes de entrada”, diz o comunicado.

Drogas via correio

O pessoal do Subcomitê Permanente de Investigações se passou por um comprador interessado em fentanila online e focou sua investigação em seis fornecedores na China que responderam prontamente às suas consultas.

O subcomitê identificou mais de 300 indivíduos baseados nos EUA que completaram mais de 500 transações financeiras com esses seis fornecedores.

Os investigadores do Senado também rastrearam sete mortes relacionadas aos opiáceos sintéticos nos Estados Unidos diretamente relacionadas a esses seis fornecedores: essas pessoas haviam transferido dinheiro para contas ligadas aos seis fornecedores e receberam seus pacotes dias e semanas antes de suas mortes.

Os investigadores disseram que os vendedores chineses estavam ansiosos para enviar fentanila usando o Serviço de Correio Expresso, que opera em todo o mundo por meio das operações postais de cada país, incluindo o Serviço Postal dos EUA.


A maioria dos vendedores chineses disfarçava a origem dos pacotes por meio de outros países para evitar a detecção ou o escrutínio dos serviços de alfândega dos EUA. Cobranças extras foram aplicadas, disseram os investigadores, aos clientes que exigiram envios por meio de serviços privados de entrega, como FedEx, DHL e United Parcel Service, devido à maior probabilidade de os bens serem apreendidos.

Como a fentanila não é amplamente utilizada como uma droga recreativa na China, sua produção e venda tem sido predominantemente não regulamentada até recentemente. Em junho de 2017, a China anunciou que promulgaria regulamentos sobre dois químicos precursores da fentanila, NPP e 4ANPP.

A investigação do Senado concluiu que o Serviço Postal dos EUA recebeu dados eletrônicos avançados em 36% de todos os pacotes internacionais, o que significa que cerca de 318 milhões de embrulhos no ano passado não foram monitorados.

“Nós sabemos agora a profundidade em que os traficantes de drogas exploram nosso sistema de correio para enviar fentanila e outras drogas sintéticas para os Estados Unidos”, disse o senador Portman num comunicado.

O relatório recomendou um monitoramento mais severo das remessas internacionais, maiores inspeções e outros procedimentos.

Colaborou: Annie Wu, Epoch Times

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