31 de mai. de 2017

Detetive britânico perseguido por expor circulo de prostituição infantil




Church Militant, 30 de maio de 2017 






O detetive condecorado foi ameaçado, assediado e intimidado para que ficasse quieto. 

LONDRES ( ChurchMilitant.com ) – Um detetive de Londres afirma que está sendo perseguido por investigar um círculo de prostituição pedófilo, que está sendo protegido por membros do Parlamento, por juízes e alto oficiais de polícia. 

Jonathan Wedger, especialista em proteção infantil e detetive do Serviço da Polícia Metropolitana de Londres (MPS), estava investigando casos na área de Londres desde o início da década de 1990 envolvendo meninas entre as idades de nove a dezessete anos que foram induzidas ao vício em drogas e preparadas para a prostituição. 


No caso anterior a este, no entanto, ele descobriu que a polícia, os juízes e os políticos estavam cientes do problema e permitiram que continuasse – às vezes, até sendo eles mesmos os perpetradores dos crimes sexuais que ele estava investigando. 

Seus superiores na MPS e no mais alto escalão sempre puseram fim as suas investigações e o ameaçaram para manter-se em silêncio. Em janeiro, eles reduziram o seu salário pela metade sem aviso prévio e, segundo ele, disseram que será  completamente cortado em junho. 

O site Funding Morality está arrecadando dinheiro para ajudar Wedger com o seu custo de vida e despesas médicas devido ao transtorno de estresse pós-traumático, que ele adquiriu como resultado do assédio moral constante que sofreu nas mãos de policiais e políticos corruptos. [enfase minha]

Em julho de 2016, Wedger veio a público revelar os detalhes preocupantes em uma entrevista com o colunista do Reino Unido, Brian Gerrish no site independente Dispatches From the Front.

No final de 1990, Wedger era um detetive no Departamento de Investigação Central (CID) e foi encarregado de rastrear pedófilos que não estavam fichados nos registros de Criminosos Sexuais depois de serem libertados da prisão. 



A inteligência indicou que eles viviam em barcos ao longo dos canais em Londres, e Wedger foi desafiado a encontrar dois [deles] nos meses seguintes. 

Ele observou que no final de 1990, houve uma subcultura de pessoas que viviam em barcos ao longo dos canais de Londres e que os pedófilos acharam ali um refúgio seguro para continuar estuprando crianças. “Alguns, desses canais, realmente se encontravam sobre os distritos policiais”, explicou. “E em algumas ocasiões, três ou quatro distritos se fundiam em uma área, então você poderia morar em um barco no canal e, no seu 27º dia, mudar-se para um barco ao lado, e então ganharia mais 28 dias”. 

Enquanto os seus superiores esperavam que ele encontrasse um ou dois “provavelmente um pouco mais”, Wedger descobriu mais de 90, e suas investigações começaram a chamar a atenção na MPS. 

Um detetive da Unidade de Pedofilia de Scotland Yard logo avisou: “Quando você se torna muito bom em seu trabalho, você é promovido e você se ocupa. Mas neste jogo, quando o alto escalão está envolvido... isso é um sério problema”. O detetive então aconselhou ainda mais: “Você está ficando um pouco bom no que está fazendo. Você deve ter muito cuidado, filho”. 

Algumas semanas mais tarde, Wedger disse que ele foi chamado do seu escritório para ir ao escritório do Inspetor Chefe que lhe disse estava sendo tirado do caso. Foi-lhe dito: “Olha, eu não posso te dizer, mas isto veio lá de cima [alto escalão], seu caso está encerrado”. 

Quando ele protestou, comentando que sua investigação estava “indo aos lugares certos”, seu chefe lhe disse: “Olha, você vai ser elogiado e poderá ter qualquer trabalho que quiser, não se preocupe com isso, nós diremos para cuidarem de você, mas, infelizmente, está fora das minhas mãos, foi tirado.”

Ele foi transferido para a Unidade de Crimes de Rua dentro da Unidade de Clubes e Vícios, onde ele investiga casos de jogos e prostituição. Muitos casos de prostituição envolveram meninas com idade inferior a 17 anos, com idades de até nove anos. Ele revelou que era uma regra não escrita permitir que essas prostitutas  fossem embora – revelando que os oficiais estavam em uma forte concorrência uns com os outros quanto a quem poderia prender mais prostitutas: “Se você trouxesse uma criança.. sua noite acabou”, ele disse, por causa de todo o processo de documentação que envolvia tirar a criança que estava em situação de risco.  

Wedger disse a Gerrish em outra entrevista que, em 2004, expôs uma operação maciça de prostituição entre meninas menores de idade em lares – muitas das quais a polícia estava ciente, mas não fazia nada. Ele falou com uma assistente social que também corroborou a informação em sua investigação. 

Mas nós chamamos a polícia, chamamos a polícia, e estamos fazendo isso por quase 10 anos, e toda vez que eles se recusam”, disse ela. “Nós os chamamos tantas vezes, e eles sabem disto”. 

Depois de escrever e enviar o seu relatório, Wedger foi chamado ao escritório do seu superior que lhe retirou do caso. Alguns meses depois, depois de tirar férias, ele foi chamado de novo por seu chefe, que lhe disse: “O que você expôs vai nos fu**** no passado, persente e futuro. Isso não pode, e não vai, agora saia!”. 

Wedger diz que ele estava ameaçado. “Se você mencionar uma palavra sobre isso”, disse o seu superior, “você será jogado aos lobos. Você vai perder tudo – e isso significa seu trabalho, sua casa, seus filhos, você vai perder tudo. Você precisa fechar a p**** da sua maldita boca.” 

Wedger permaneceu quieto por anos, temendo que os seus filhos fossem tirados dele e colocados no sistema de cuidados de acolhimento do Reino Unido, que  ele chama de “playground de pedófilos”. 

Mas, desde outubro de 2016, ele se tornou público, e seu caso recebeu apenas cobertura limitada da mídia. 

A acusação de Wedger, no entanto, parece estar alinhada com uma enorme investigação de corrupção no Reino Unido. Um relatório de 2015 intitulado “A integridade é importante: uma inspeção de arranjos para garantir a integridade e fornecer a capacidade de combater a corrupção no policiamento”, mostra que quase metade dos funcionários e funcionárias entrevistados acreditam que sofrerão “consequências adversas” se denunciarem a corrupção pelos colegas. 

Em 2014, estimava-se que dos cinco casos a polícia só tenha registrado um daqueles relatados, sugerindo que as verdadeiras estatísticas criminais são imprecisas. 

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