13 de abr. de 2017

“É bom para os homens muçulmanos bater em suas esposas”, diz palestrante muçulmana num evento para mulheres na Austrália




The Australian, 12 de abril de 2017. 








De acordo com um novo vídeo produzido pelo ramo feminino australiano do movimento radical islâmico Hizb ut-Tahrir, os homens muçulmanos têm permissão para bater em suas esposas – mas apenas suavemente, e não com os punhos, em vez disso usando paus e pedaços de tecido. 

O vídeo, publicado no Facebook pelas Mulheres do Hizb ut-Tahrir Austrália, apresenta uma mulher muçulmana, que se identifica como professora da escola primária de Sidney, Reem Allouche, demonstrando os meios adequados pelos quais os homens muçulmanos podem disciplinar as suas esposas desobedientes. Ela diz que o “bater” deve ser feito de uma “maneira suave” com uma vara curta, um lenço torcido ou um pedaço de tecido. 



É apenas simbólico”, diz ela. 

Uma companheira acrescenta: “E é uma benção divina”. 

Allouche diz à audiência de 26 mulheres veladas no oeste de Sydney que os maridos muçulmanos estão em uma posição de liderança no casamento e “isso está em conformidade com o direito de tomar medidas disciplinares”. 

A palestrante Atika Latifi concorda: “Isto é permitido – não é obrigatório, não é encorajado, mas permitido. É disso que todos estão falando. Não deve causar dor. Não deve ser rigoroso”. 

A senhorita Latifi, em seguida, produziu um “sivaak”, uma pequena vara, tradicionalmente utilizada para a limpeza dos dentes. 

“Eu tenho um, porque eu queria te mostrar, é uma vara, uma vara pequena”, disse ela conforme a senhorita Allouche batia com ela. 

Então elas discutiram outros dispositivos para punição, incluindo “um lenço” e “um lenço dobrado”. “Que tipo de tipo de instrumento é esse, um cachecol enrolado?” A senhorita Latifi disse. 

Allouche diz: “Nós temos um pedaço de tecido aqui, para demonstrar” e bateu com ele novamente. 

Ela acrescenta: “É muito evidente que isso é simbólico em sua natureza. E não é o que as pessoas entenderam... Esta é a realidade dessa opção disciplinar”. 

A senhorita Latifi diz: “Surpreendentemente isso deve ser feito de forma a não causar dor. É um ato simbólico.”. 

A senhorita Allouche pergunta também: “Que atos exigem medidas disciplinares? Cometer pecado?

Latifi diz: “Sim. E desobediência ao marido. Atos imorais ou baixos. Permitir que alguém que o marido não gosta entre em casa.”. 

A senhorita Allouche diz: “Então, se o marido voltar para casa e ver que a esposa não preparou o jantar, isso não é um desses atos?

A senhorita Latifi disse: “Não, não se faz isso com um argumento simples. Estas são coisas sérias que podem quebrar a unidade da família”. 

As mulheres concordam que a disciplina é por vezes necessária para “promover a tranquilidade” no seio da família. 

A Seção 61 da lei NSW de Crimes act (1900) e a legislação similar em todos os estados diz que uma agressão comum é um crime na Austrália, independentemente se o dano for grave ou não. 

O vídeo foi filmado durante um evento para todas as mulheres no oeste de Sydney, após comentários inflamados do líder muçulmano Keysar Trad, que argumentou que os maridos poderiam bater em suas esposas “como um último recurso” para a desobediência.

Nenhum órgão de mídia foi permitido no evento. 

No vídeo, a senhorita Allouche faz um procedimento reconhecendo que os ensinamentos de Alá sobre a disciplina dentro do casamento foram muitas vezes questionados por aqueles que desejavam pintar o Islã como “bárbaro, atrasado e não aplicável aos tempos modernos”. 

Parece ser uma incitação à violência contra as mulheres”, diz Allouche. “Isso precisa ser colocado em um contexto exato”. 

A página do Facebook diz que o grupo teve “uma grande participação de nossas irmãs... mesmo considerando a mudança de local depois de ter tido problemas de conselho com o aluguel do salão reservado”. Um porta-voz do conselho de Canterbury-Bankstown disse que as mulheres do Hizb-ut Tahrir tiveram que mudar de local porque o funcionário do centro estava doente e não havia mais ninguém para abrir as portas. 

As mulheres da palestra concordaram que “o Islã não é tendencioso ao gênero”. Ao mesmo tempo, em que elas reconhecem que uma esposa muçulmana não tem a opção de bater em seu marido, ou recusar sexo, mas apenas "pedir ajuda para um dos membros da família” para que ajude em tempos de conflitos. 

A senhorita Allouche diz que um marido pode decidir bater em sua esposa se ela se desviar dos ensinamentos do Alcorão, porque “ele a ama, e ele teme por ela, é quase uma consequência natural”. 

Você esperaria que ele tomasse algumas medidas para ajudar a corrigir a situação”, diz ela. 

Ele não está respondendo com raiva, frustração ou ira; ele está respondendo em obediência aos mandamentos de Alá, de forma balanceada e planejada, porque sabemos que quando as pessoas falam sobre violência contra as mulheres, muitas vezes isso acontece no calor do momento, na raiva, na frustração, enquanto aqui é comedida”. 

Ao discutir a ideia de agressão como um último resultado, a senhorita Latifi diz que o Alcorão sugere “três medidas” para lidar com as esposas desobedientes: “Aconselhá-las primeiro; deixá-las sozinhas na cama; e bater nelas. É simples: “aconselhá-las” significa explicar as regras de Alá, e incentivá-las a ser obediente, e adverti-las contra a desobediência. Se isto produzir resultado desejado, então tudo bem. Se não, então o marido pode usar outra medida e se recusar a compartilhar a cama com ela não sendo íntimo com ela." 

Se isso não funcionar, então a terceira medida é permitida, porém, não é obrigatória, nem encorajada, mas ele está autorizado a bater nela. E que benção divina isso é, que ele nos instrui a não dar mais dois passos maior do que a perna.

"E qual é a terceira opção? Que tipo de punição física? A que não deve causar dor.”

O evento foi anunciado como uma “discussão aprofundada” do ensino islâmico conhecido como Surah An-Nisa: 34, que descreve o direito de um marido para “admoestar (sua esposa) e abandoná-la na cama, ou bater-lhe” se ela se desviar do caminho em desobediência. 

O governo federal considerou a proibição da organizçaão jihadista, Hizb ut-Tahrir em 2007, antes de decidir que não era uma organização terrorista, mas um grupo político. 

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