16 de mai. de 2016

Os Estados Unidos sob a égide de Obama parou de suprimir instituições de caridade numa lista negra ligadas ao terrorismo doméstico




O que poderia dar errado? 




Os Estados Unidos sob a égide de Obama retiraram da lista negra instituições de caridade ligadas a terroristas domésticos. 



Bloomberg, 12 de maio de 2016. (Graças a Blazing Cat Fur).


Por Eli Lake. 


A última vez que o governo federal designou uma instituição de caridade dos Estados Unidos como sendo uma fachada para o financiamento do terrorismo, o presidente Barack Obama estava no cargo há menos de um mês e Osama Bin Laden ainda estava em alta. Em 11 de fevereiro de 2009, o Departamento do Tesouro designou a Fundação Tamil, uma instituição de caridade com sede em Maryland que supostamente levantava fundos para os Tigres Tamil, uma organização estrangeira terrorista do Sri Lanka que hoje praticamente não existe. 


Desde antão, a administração Obama tem dirigido uma guerra financeira contra o Irã e visado a receita de petróleo do Estado Islâmico. O Departamento do Tesouro tem pressionado os bancos a cortar os laços com frentes terroristas, e trabalha estreitamente com países do Golfo para modernizar os sistemas financeiros para reprimir as instituições de caridade desonestas e outros lavadores de dinheiro. 

Mas a prática de colocar instituições de caridade dentro dos Estados Unidos na lista negra, uma ferramenta chave da guerra do presidente George W. Bush contra o terrorismo, tem chegado a um impasse sob Obama. 

Muitos especialistas e alguns membros do Congresso estão começando a se perguntar por quê. Susan Phalen, a diretora de comunicação do Comitê de Segurança Interna me disse esta semana que seu comitê estava começando a olhar para o problema. Jonathan Schanzer, um ex-analista de financiamento do terrorismo no Tesouro, me disse: “O meu entendimento, baseado em conversas com vários altos funcionários do Tesouro, é que isso não é uma função do Tesouro.”. 

Schanzer, que agora é o vice-presidente de pesquisa da Fundação para a Defesa das Democracias, acrescentou que o Gabinete do Tesouro de Inteligência Financeira e Terrorismo “se vê como mais de um departamento de inteligência global, deixando o trabalho doméstico às agências nacionais como o FBI.”. Ele continuou: “A minha preocupação é que o FBI pode acabar sobrecarregado com ameaças diretas para o país de origem, relegando, assim, casos domésticos de financiamento de terrorismo a uma terceira ou quarta prioridade de divisão. Alguém está levando a ameaça de financiamento do terrorismo doméstico tão a sério quanto o Tesouro o fez em seu auge? Eu não sei”. 

Nenhum funcionário do Tesouro concordou em falar sobre este assunto na reportagem. Mas uma porta-voz me disse em uma declaração por escrito que “não há nenhuma mudança na política em relação a designação de pessoas que violam as sanções dos Estados Unidos, e é errado afirmar que os diretores ou funcionários do Tesouro tenha dito o contrário”. A porta-voz acrescentou que continua a ser uma prioridade tomar medidas para proteger o sistema financeiro dos Estados Unidos no exterior e nos Estados Unidos. 

E ainda numa verificação do site do próprio Tesouro que lista instituições de caridade designadas pelo financiamento do terrorismo mostra uma queda vertiginosa desde que Obama tomou posse. Entre os ataques de 11 de setembro de 2001, e a designação de fevereiro de 2009 a fundação Tamil, os Estados Unidos designaram oito principais instituições de caridade sediadas nos Estados Unidos pelo financiamento do terrorismo. Estes incluíam frentes da Al-Qaeda, pela fundação com ramo nos Estados Unidos a Fundação Al-Haramain e a Fundação Internacional de Benevolência. Neste período, o governo dos Estados levantou sanções contra grupos de arrecadação de fundos para grupos terroristas tais como o palestino Hamas, incluindo a Fundação Terra Santa, que também está na lista negra, e a milícia e partido político libanês Hezbollah, como também a organização Beneficente Boa Vontade. 

Enquanto a administração Obama não designa nenhuma instituição de caridade norte-americana desde o seu primeiro mês no cargo, tem sido, no entanto, continuado a pressão, não só contra a Al-Qaeda, mas também o Hezbollah e o Hamas. Na quarta-feira, Daniel Glaser, secretário-assistente do Tesouro para o financiamento do terrorismo, disse a Fundação para a Defesa das Democracias que seu escritório tem travado uma campanha ao longo dos últimos cinco anos para manter o Hezbollah fora do sistema financeiro internacional.  


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