11 de mai. de 2017

Dinamarca – a polícia está sendo contatada sobre um sermão antissemita na Mesquita de Copenhague

Masjid Al-Faruq.


The Local dk, 11 de maio de 2017. 



A comunidade judaica na Dinamarca entrará em contato com a polícia sobre um imã em uma mesquita no bairro de Norrebro, em Copenhague, que incentivou ataques contra judeus durante um cultuo de sexta-feira, informa o jornal Kristeligt Dagblad. 

A denúncia será baseada em uma gravação de um vídeo no culto de sexta-feira na Mesquita Masjid Al-Faruq em Norrebro em 31 de março deste ano. A gravação foi traduzida do Árabe para o Inglês pelo Instituto Americano Memri

De acordo com a tradução, o Imã Mundhir Abdallah cita um hadith – um relato de um discurso do profeta Maomé usado nas escrituras islâmicas – que incita a violência contra os judeus. 


o dia do julgamento não virá aos muçulmanos que combaterem os judeus e os matar. Os judeus se escondem atrás das pedras e das árvores, mas as rochas e as árvores vão dizer: 'oh muçulmano, o servo de Alá, há um judeu atrás de mim, venha matá-lo'”, diz o Imã de acordo com a tradução do Memri. 

O sermão também foi publicado pela mesquita em seu canal no Youtube

Dan Rosenberg Asmussen, presidente da Comunidade Judaica na Dinamarca, disse ao Kristeligt Dagblad que a sua organização iria entrar em contato com a polícia em relação ao sermão. 

Foi nos dada uma tradução de uma organização [Memri, ed] que o nosso pessoal de segurança considera confiável. Então, estamos agora pedindo à polícia para avaliar se há base para uma intimação. Isto poderia basear-se no parágrafo sobre racismo [da lei dinamarquesa, ed] ou na nova lei sobre os pregadores de ódio. A tradução me deixa em dúvida de que há uma incitação escondida para matar judeus. Temos que reagir a isso”, disse Asmussen. 

MP Lars Aslan Rasmussen da oposição do partido social-democrata disse ao Kristeligt Dagblad que ele iria falar com o ministro da Justiça, Soren Pape Poulsen sobre o sermão. 

Esta poderia ser uma violação do parágrafo de racismo na lei [de pregadores de ódio, ndr.], que criminalizou certos tipos de declarações religiosas... É muito, mais muito sério, e não podemos deixar que os imãs falem em suas congregações desta forma”, disse Rasmussen. 

O Imã, Mundhir Abdallah, é relatado pelo jornal Politiken como estando ligado ao controverso grupo Hizb ut-Tahrir

Um estudante de direito dinamarquês muçulmano e debatedor Tarek Ziad Hussein escreveu em uma coluna no Politiken que algumas das comunidades muçulmanas têm “problemas sérios com o antissemitismo”. 

É com [demagogia] o coração pesado que eu devo admitir que nós nos círculos muçulmanos temos sérios problemas com o antissemitismo. A coisa mais tragicômica é que não é sobre o Islã contra o judaísmo, mas é sobre o conflito Israel-Palestina”, escreveu Hussein. [Meia verdade]

Há uma falta de ação entre os muçulmanos para desconectar o conflito do judaísmo como uma religião”, acrescentou Hussein. 

O hadith usado pelo imã se encaixa com a ideologia de criar um califado do Hizb ut-Tahrir e pode inegavelmente ser percebido como um incitamento”, escreveu Hussein. 

Os muçulmanos dinamarqueses têm uma responsabilidade como cidadãos para lutar contra todas as formas de discriminação”, continuou Hussein, que rotulou Abdullah de um “autodeclarado imã”. 

Kristeligt Dagblad informa que entrou em contato com a mesquita Masjid Al-Faruq para comentar o assunto. 

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