1 de ago. de 2016

General francês apela para a liquidação da OTAN – o Putinismo cronológico da direita francesa







Inserbia, 31/07/2016





Belgrado – o formato atual da OTAN e a contínua expansão da aliança para o leste é benéfica somente para os Estados Unidos, que procuram manter a Rússia e a Europa em desacordo, diz o general francês aposentado, Jean-Bernard Pinatel. Assim, ele sugere que a aliança deva ser liquidada, ou “europeizada”, e que seja feita a criação de uma aliança Europa-Rússia contra o terrorismo.

Entrevistado pelo Le Figaro, Pinatel, um oficial aposentado que agora trabalha como um especialista em geopolítica e inteligência econômica, recordou que se a Rússia e os países europeus tivessem conseguido formar uma aliança na década de 1990, após o colapso da União Soviética, teriam sido capazes de desafiar efetivamente os Estados Unidos e suas pretensões hegemônicas globais.
Agora, o general aposentado enfatizou que, a ameaça do terrorismo islâmico tem uma vez mais aberto uma discussão sobre a liderança global, e se os Estados Unidos realmente merecem sua posição hegemônica na Europa. De acordo com Pinatel, a onda de ataques na Europa demonstrou claramente aos franceses, e outros membros da OTAN, que a aliança liderada pelos Estados Unidos é impotente na luta contra a ameaça terrorista.

Além disso, no contexto de ineficácia da OTAN está o exemplo a ser definido por Moscou, de que, de acordo com o especialista, está mais uma vez forçando os franceses a considerar uma aliança com o seu vizinho oriental [Rússia].

“Esta evidência, obtida ao custo de 234 civis mortos e 671 feridos desde 2012, não só deve sacudir a OTAN, mas levar à sua liquidação total, ou sua total europeização, uma vez que a atual política da aliança serve apenas aos interesses que não são os da França,” observou Pinatel.

O general também lembrou que a Rússia tem repetidamente proposto cooperação com os Estados Unidos em uma campanha coordenada na Síria contra o Daesh [Estado Islâmico] e os terroristas da Frent Al-Nusra, mas tem sido recusada, sob o pretexto de que a chamada “oposição moderada” ainda tem potencial.

Com resultado, observou ele, o Oriente médio está testemunhando a formação de um novo equilíbrio. “A Rússia, que sempre esteve presente na região historicamente, está voltando para lá mais uma vez. A China, pela primeira vez, também está colocando ativamente o seu nariz na região. E apenas a França, depois de ter sido privilegiada com a posição de mediadora, perdeu tudo sob o patrocínio dos Estado Unidos.”.

O oficial enfatizou que ele acredita que a geoestratégica russa é francesa e os interesses econômicos são “completamente complementares” um com outro, e que as histórias dos dois países têm demonstrado períodos de cooperação e amizade frutífera, mais recentemente, durante a Segunda Guerra Mundial.

Em última análise, “o desejo dos Estados Unidos de voltar a atmosfera da Guerra Fria para a Europa está sendo realizado através da OTAN, e serve aos interesses dos americanos, assim como dos líderes europeus incompetentes e corruptos”, e não as dos povos europeus, concluiu Pinatel.

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