2 de mai. de 2016

127 milhões de pessoas com isenção de visto para a Europa nos planos da União Europeia para com a Turquia e a Ucrânia.







ExpressUK, 02/052016









Cerca de 127 milhões de pessoas da Turquia, Ucrânia, Geórgia e Kosovo estão definidos para obter a isenção de visto para a Europa conforme burocratas na União Europeia (UE) se preparam para assinar os planos nesta semana.

Segundo as propostas que deverão ser aprovadas pela Comissão Europeia, os turistas dos países serão capazes de se mover livremente dentro da zona de Schengen dos 26 membros por até três meses.
A Turquia, que tem uma população de 75 milhões, está planejando receber isenção de visto para os seus habitantes, como parte dum polêmico acordo com a União Europeia para ajudar a conter o fluxo de imigrantes que chegam à Europa.
Sob o acordo, todos os “imigrantes irregulares” que chegam à Grécia serão confrontados e enviados de volta para a Turquia. Por cada imigrante que retorna, outros refugiados sírios serão reassentados da Turquia à União Europeia, com números limitados a 72.000.

A Turquia não conseguiu cumprir integralmente mais de setenta partes da legislação para se beneficiar do regime de isenção, e principalmente no que está relacionado aos direitos humanos e a liberdade de imprensa.
 
Ancara, até agora, buscou cumprir menos da metade dos chamados pontos de referência.
Mas a Comissão Europeia deverá aprovar o plano na quarta-feira para aprovar a isenção de visto para a Europa para Turquia, Kosovo, Geórgia e Ucrânia.

 




Um alto funcionário da União Europeia envolvido nas negociações disse: “Nós não reduziremos os nossos padrões. A Turquia tem aumentado sua disposição.”.
 
Primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu alertou que Ancara iria parar de realizar a sua parte no acordo, tomando de volta os imigrantes que chegam à Grécia se a Europa não cumprir o seu compromisso.
 
Céticos, incluindo a Alemanha e França propôs um novo “tampão de emergência” que poderia suspender a isenção de visto para os países que não cumpram os critérios específicos.




No entanto, os funcionários da Comissão indicaram que a ideia foi rejeitada.
 
O embaixador turco da União Europeia Selim Yenel disse: “Aparentemente, a proposta franco-alemã visa apaziguar os possíveis medos de algumas nações da União Europeia e talvez torná-lo mais fácil para ganhar o apoio de alguns dos Estados-Membros.





Nós não estamos preocupados com essas propostas, mas consideramos que as salvaguardas atuais já são suficientes”.
 
Os turistas ainda terão de se aplicar para ter um visto para entrar na Grã-Bretanha, que não faz parte da zona de Schengen.





Um funcionário do governo em Ancara disse: “Esta é uma grande oportunidade para a Europa para mostrar que é um parceiro de confiança e deixar claro que eles não aplicam duplo padrões quando se trata de países europeus predominantemente muçulmanos como a Turquia.”.
 
Funcionários e diplomatas da União Europeia acreditam que nenhum Estado-Membro acabará por deter a liberdade de visto para a Turquia, recordando que todos os 28 líderes da União Europeia assinaram o acordo com Ancara em março.


Nota do editor

Como eu havia dito certa vez: os europeus não são simpáticos aos sentimentos da Ucrânia, e também dos países do antigo bloco soviético, por mais que eles queiram se juntar a organização para fugir da ameaça russa. Para os europeus, quaisquer países que queiram fazer parte agora da União Europeia – principalmente nesse momento, em que a organização quer partilhar os refugiados muçulmanos vindo da Síria, do Iraque e da Líbia – os que querem isso são anátemas. Após uma série de decisões que irritaram os europeus, como, por exemplo, a permanência da Grécia na zona do euro, a União Europeia tem-se tornado um anátema para os europeus, e qualquer um que queira fazer parte dela com paixão, como fizeram os ucranianos, acabam por serem tidos como loucos, ou como inimigos diretos dos inconformados. 

O que mais irrita alguns europeus é que, tanto à direita quanto a esquerda europeia se uniu nesse período da crise grega, para poder amaciar a situação, e continuar com o país dentro da organização. Isso me faz lembrar aquela velha anedota que os membros da organização disseram que a Europa é como uma grande família, e que famílias devem permanecer unidas. Qualquer um riria disso, no entanto, os ucranianos levaram a sério esses dizeres e no seu afã de tentar fazer parte da organização, repetiam isso o tempo todo, e os seus dizeres acabaram fazendo parte do documentário sobre aquele evento em Maidan. Para os europeus o sonho europeu morreu há muito tempo, visto que duma zona de livre comércio, a União Europeia se tornou um superestado. A crise de refugiados torna ainda mais odiosa à situação, conforme eles veem o quão perigoso a Europa tem se tornado. 

Para eles, adesões, significam mais distribuições de afazeres e obrigações. A União Europeia pode tanto forçá-los a ter que aceitar a quota de refugiados, por conta dum número maior de Estados-Membros, quanto lhes trazer os problemas dos outros estados – e principalmente dos recém-chegados. Enquanto isso, a ala “direita” na União Europeia vai ganhando espaço e aceitação. Esse crescimento e notoriedade não significa que é algo bom para o órgão, mas implica no seu iminente fim. Na União Europeia, quanto mais destas políticas forem postas em prática, mais impopular a organização fica, e mais crises institucionais, e ao nível europeu ocorrem. Quanto mais União Europeia, mais o sentimento anti-europeu se inflama, e mais um sentimento pró-Rússia ascende. A própria existência da União Europeia põe em risco a estabilidade na Europa. Chega a ser inacreditável, mas é a realidade. Direita e esquerda: ambos estão concebendo uma das piores crises que a Europa irá enfrentar.

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