9 de abr. de 2016

Permitir que as crianças vejam pornografia é abuso de menores, alertam bispos australianos





ACI, 16 de abril de 2016.




Canberra, 08 Abr. 16 / 04:30 pm (ACI).- “A exposição à pornografia causa danos às crianças e deve ser considerada como abuso de menores”, afirmam os bispos da Austrália em uma recente declaração enviada ao Senado desse país.

“As crianças têm direito de ser crianças, longe das pressões publicitárias, das imagens na televisão e na internet a fim de que se vistam e tenham atitudes de mini adultos. Oferecer às crianças imagens sexuais pode causar danos em seu desenvolvimento”, alertaram os prelados em uma missiva enviada ao Senado no mês pesado.

Durante a investigação realizada pelo comitê sobre o dano da pornografia na internet, os bispos católicos da Austrália expressaram que existe a obrigação de proteger as famílias da pornografia.

Acrescentaram que esta indústria se tonou algo comum, um “fundo de tela na vida dos jovens”.

Além disso, lamentaram as imagens sexuais na publicidade, vídeos musicais e vídeo games. “Permitir que as crianças fiquem expostas à pornografia é uma forma de abuso”, reiteraram a respeito.

“A Igreja tem sua própria história vergonhosa sobre abuso de menores e, precisamente por essa terrível experiência para as vítimas, não quer que aconteçam outras formas de abuso contra as crianças como os danos que resultam da crescente disponibilidade da pornografia”, acrescentaram.

De acordo aos estudos citados pelos bispos, existe um vínculo entre a exposição das crianças à pornografia e a probabilidade de ser vítimas de violência sexual. Isto acontece como consequência de que muitos destes estão expostos à pornografia desde antes dos 13 anos de idade.

Do mesmo modo, é mais provável que as crianças expostas a pornografia estejam posteriormente de acordo com as relações sexuais antes do matrimônio, mais propensos a ter relações sexuais antes que seus companheiros, mais probabilidades de ter comportamentos sexuais de risco, de considerar as mulheres como objetos sexuais e incomodar outras crianças.

“Há provas convincentes da necessidade da comunidade australiana de agir a fim de salvar às crianças deste dano, e também para salvar a comunidade dos danos dos adultos que foram afetados durante a sua infância”, disseram os bispos.

Também explicaram a pornografia vista do cristianismo, citando as palavras de Cristo no capítulo 5 do Evangelho de São Mateus: “Qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.

A pornografia, advertiram, “prejudica a estrutura de nossa comunidade” e torna difícil que os homens e as mulheres se relacionem entre si respeitosa e amorosamente. Além disso, a pornografia faz com “que as pessoas sejam vistas como inferiores e oferece uma visão distorcida das relações”.

Deste modo, destacaram o dever da comunidade de proteger as crianças se é que os pais não atuam. Sugeriram um sistema de filtros para internet com uma cláusula de exclusão para os adultos, possivelmente inspirado no modelo do Reino Unido.

A declaração dos bispos ao Parlamento foi preparada pela Comissão Episcopal para a Família, Juventude e a Vida. O presidente em funções da comissão e Bispo de Broken Bay, Dom Peter Comensoli, assinou o documento.


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